domingo, 8 de julho de 2012

Perdoai Bigode?!

Sempre voltarei ao meu narciso-diário para corrigir, recorrer, remodelar, mas como o Mestre fez, não darei qualquer aviso, não farei nenhum prefácio...
Perdoai Bigode?!
Perdoai! Mas "a rede" é como um escorregador abismal e colorido. Como não retratar-se? Como não rascunhar-se? Como abandonar aquilo que é infinito e contínuo? Como não se deixar existir, feito criança que escorrega, se no mundo real é cada vez mais impossível?
É cada vez mais impossível... Como nos aprisionamos assim afinal? Serão fortes as âncoras? Porque não faço parte da alga? Do marisco encalacrado da âncora, das correntes, ou melhor ainda, do próprio Navio?
Perdoai caríssimo Bigode, mas você enlouqueceu e  se perdeu tristemente...
Na Itália?!
Foi tanta Beleza que te matou? A covardia? A ousadia? A visão? Já existia cocaína??? Ou, foi a poção? Feita de tudo isso?
Estou com medo de Berlim, e não deu para terminar de ler On the Road, também!
Tentei ler no meio de uma outra viagem, acreditam?!
Meus rins não puderam suportar e tive que abandonar o turma Beat antes de morrer intoxicada, não no mau sentido.
Perdoai Bigode, por eu usar seu nome em vão?
De ti inteiro, só fragmentos.
Porquê não pude te suportar por inteiro. Porquê o Nascimento da Tragédia no Espírito da Música e A filosofia na época trágica dos gregos ainda me ocupam deliciosamente, porquê há algo de sacro, aliás, sacratíssimo, nesses teus filhos filosóficos. Algo que me detém na floresta escura, na mata escura de Dioníso, sombras e crepitar de chamas, tateio, até hoje...
Enlouquecida sim, inebriada em círculos no prazer. Prazerosa de enlouquecer...
Estou com medo de Berlim e do depois, mas sei que vou sobreviver. Outra fina casca vai me colorir, outra máscara, mas sei que vou sobreviver, porque não tenho sequer capacidade, ou sífilis, para morrer ou nunca mais falar e me expressar.
Pedoai Bigode e Jack? Sinceramente preciso rejuvenecer muito para cair na estrada com sua matilha.
Essa viagem fica para depois, O.K.?

Um comentário:

  1. L.H. lê em voz alta à Tempestade. Que troveja ela, e brilho eu. E exclamamos a nossa moda: ANIMAAAAAL, ANIMAAAAAL,MUITO FODA!

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