Senhora dos Anos...
Mais uma vez sua história de horror confunde-se com a minha. Mais uma vez ganho de ti lições com faces de poder ancião. Você afirma, e sim eu saberia... Eu notaria a feiura e a fedentina, os cus necessitados, vorazes, nunca notados, a ignorância e a estúpida corda bamba que sustenta toda essa inútil prataria. Sim eu saberia, "tudo comprado, muita feiura", estou no meio do campo de golf 24 horas por dia, paralisada, chorando, estarrecendo os verdadeiros jogadores... Me bato, cara Lemúria, em gaiola de ouro com portinhola aberta. Sinto-me nada porque ainda não estou do lado de lá, estou aprisionada, e por quê? A paixão é mesmo desculpa suficiente? Não e não!
Como tu, sempre brilhante verdade que representas, e revela, sou fogo-fátuo, filha querida dele, estou do lado de cá, "...então aceitemos, porra! Aceitemos com a felicidade que nos é merecida, somos grandes. E gozam os
nosso corpos com as grandes presenças. Literalmente. Agradeçamos, minha amiga, a nossa rara condição de insulares
que sentem tanto e se envergonham de tamanha grandiosidade. Aceitemos porque
não somos sós, somos sóis e filhas dele"...
Minha anciã, minha criança e sua cria, louvações a ti, que é dois, por me lembrar de mim e de que vejo a feiura e a extrema-sufocante-intoxicante crueza da beleza, seu cheiro, sua cor...
Como amar a si mesmo quando isso implica arrancar-lhe os próprios braços e o fígado, parte dos intestinos e para sempre o coração?
Sou a caça, sendo comida lentamente e viva.
Sou a caça que agoniza mas não quer morrer, muito menos socializar!
Estou aí com você, por favor não enjôe muito, vomitar dói um pouco, às vezes dá para suportar, engolir, tomar um copo de água gelada, respirar, pensar em borboletas e pessoas que felizmente você encontrou nesta vida. É minha receita pessoal, por isso não te esqueço nunca Senhora dos Anos, Alma mais antiga que a minha, tens que ver tudo isso, pensa que assim já prevines tua cria...
Sobre o horror, agora já está tudo bem, afinal não está morto...
Mas é lindo como sempre me achas quando o silêncio me tapa a boca, mas também quando mais preciso.
És Estrela sim! Nenhuma dúvida sobre isso.
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