domingo, 11 de novembro de 2012

#29

Calar? Retirar, retocar, resolver, esquecer? Palavras malditas. Todas elas malditinhas de uma figa. Todas elas um tanto mentirosas. Eu sei que prometi não ceder a pieguice de reclamar um amor assim tão violentamente, despudorada e vergonhosamente, mas como já dizia, não sei se Nietzsche ou Schopenhauer, não há originalidade quando não escrevemos sobre aquilo que nos participa, o que quer dizer que não posso escrever sobre o Tibet, porque ao Tibet nunca fui e nem nos livros e programas de TV me interessou muito. Posso não ser boa escritora, mas não posso mesmo deixar de ser original, porque afinal qual seria mesmo o sentido? Qual seria o sentido de escrever aquilo que os outros esperam? Dinheiro? Não dá, Deus já fez o favor de inventar o Paulo Coelho, ele já ganha dinheiro, deixa ele ganhar dinheiro... E ninguém compra histórias de fracassados, não os absolutos. Então, o sentido dessa porcaria aqui é mesmo vomitar, mas acontece que de vez em quando penso nos pobres amigos que visitam o "sítio", gosto muito mais de sítio, e me dá vontade de chorar outra vez, mas de pena de quem aguenta essa merda infinita....
Tenho pena do meu marido também, que aliás saiu para me comprar cerveja... Felizmente ele anda lendo muito Bukowski e passa a me compreender um pouco mais. Saiu mesmo inspirado pelo profeta do caos, mas não trouxe nenhuma gelada, o que me influenciou na manutenção da postagem anterior. Sério? Nenhuma gelada? Não posso continuar a postagem, toca Billy Idol,  Flesh for Fantasy.
"...Flesh, flesh, flesh!"

sábado, 10 de novembro de 2012

#28

Nunca deixarei a paixão fora de minhas entranhas, das minhas palavras, por mais que prometa, por mais que queira esquecer toda essa falta de amor, essa contrariedade eterna, esse incômodo de estar sempre atrapalhando, sempre em segundo plano, não foi em absoluto o que planejei e em absoluto me sinto feliz, confiei em quem me dava mão, completamente sem poder adivinhar que no primeiro obstáculo, ele me abandonaria, me chamaria de fraca, demente, louca e tentaria me jogar fora. Como quem se livra de um vaso rachado, inteiro, mas extremamente incômodo.... Tenho a mágoa de mil velhas virgens em mim. E é mais digno admitir o fato do que negá-lo, as lições de sarrafo, as chicotadas, as demonstrações de domínio símio foram amplamente perpetradas aos olhos de todos, ninguém escapou, nenhum amigo meu, nenhum familiar meu, e principalmente nenhum amigo-irmão dele.  Seca, seca, seca como o deserto. Não desejo nunca mais amar um homem na minha vida. Não achei qualquer graça em conviver com essa energia negativa e destrutiva que carregam em sua orgulhosa força bruta. Me sinto uma aranha no canto escuro do quarto, prestes a ser pisada e pisada e pisada e pisada mais uma vez.

Meu Amor

Meu Amor é sempre maiúsculo.
Meu amor, e você despreza, é gigante como montanhas.
Feroz como Godzila.
Lava em Ebulição.
Oceanos inteiros e todo seu sêmem.
Cidades sofrendo Tsunamis.
Fogo, ardência, constante dor, e entrega.
VIDA, VIDA, VIDA.
E vem você trocá-lo por bons modos.
Aplausos de idiotas, que sabem mesmo uma besta domar.
Batento de frente contra o MEU GIGANTE AMOR e infinita paciência?
Com que ousadia? Com que força?
Conseguirás tu com sua infinita e enojante razão vencer minhas obras?
Sim! Conseguirá tua bravata infanto-juvenil apagar as Montanhas que criei?
E aquelas que movi irremediavelmente?
Paisagens que desenhei para nós dois me serão levadas por palavras polidas e política de vizinhança?
Não se engane, a "Fraca" sempre fui eu...
A verdade prevalece, a honra prevalece, não mentir nunca prevalece, mesmo que no fim.

Ouvindo Madame Butterfly, com a voz da Diva, melhor filha de Apolo, Callas...

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

#27

Nada mais profundo e fundo e vazio que muito, muito, muito pensar...
Nada mais apavorante que muito sentir, ter em si o Aion grego.
Saber e saber.
Lotar as células de tudo, de todos os opostos.
Tenho medo de enlouquecer.
Tenho medo de já ser, sempre ter sido.
Tenho medo, mesmo tendo unhas rosas-choque.
E olhos abertos sem sentir, zumbizando por aí...
Tenho medo do Sol e de sangue.
Mas vou tomar um banho e sair outra vez.
Devorar-me mais um pouco,
por nem sei mais o quê...