sábado, 10 de novembro de 2012

#28

Nunca deixarei a paixão fora de minhas entranhas, das minhas palavras, por mais que prometa, por mais que queira esquecer toda essa falta de amor, essa contrariedade eterna, esse incômodo de estar sempre atrapalhando, sempre em segundo plano, não foi em absoluto o que planejei e em absoluto me sinto feliz, confiei em quem me dava mão, completamente sem poder adivinhar que no primeiro obstáculo, ele me abandonaria, me chamaria de fraca, demente, louca e tentaria me jogar fora. Como quem se livra de um vaso rachado, inteiro, mas extremamente incômodo.... Tenho a mágoa de mil velhas virgens em mim. E é mais digno admitir o fato do que negá-lo, as lições de sarrafo, as chicotadas, as demonstrações de domínio símio foram amplamente perpetradas aos olhos de todos, ninguém escapou, nenhum amigo meu, nenhum familiar meu, e principalmente nenhum amigo-irmão dele.  Seca, seca, seca como o deserto. Não desejo nunca mais amar um homem na minha vida. Não achei qualquer graça em conviver com essa energia negativa e destrutiva que carregam em sua orgulhosa força bruta. Me sinto uma aranha no canto escuro do quarto, prestes a ser pisada e pisada e pisada e pisada mais uma vez.

Nenhum comentário:

Postar um comentário