quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

#30

Paralítica, paralisada, paraplégica, paralelepípedo no peito, chutado de uma vez...
Gigantes me pisam, repisam, enformam, engolem!
Pausa que nunca acontece enquanto é dia.
Enquanto respiro duro, é difícil.
Afasto todos.
Porque não tenho mais olhos,
Sou Cloto, Átropos e Laquésis...
Pitonisa viciada, a reclamar seus vapores!
Não raciocino direito...
Existem desertos eternos dentro de cada parte de mim insultada.
Envelheço!
Envelheço!
Com olhos gulosos de vida.
A pão e vultos de afeto, privados, raros, medíocres até, quase nada.
Envelheço mesmo em paralisia.
Sobrevivo apesar da tua gratuita violência.
Tenho azia.
Paralítica, paralela, pára-raios e muitos e muitos paralelepípedos chutados diretamente no peito depois...
Resta ele mesmo, surrado peito de nata branca, agora coalhada e tardia.
Respiro pelos sulcos.
Não sei como aguento.
Não sou.
Adoeço! Socorro!
Somente respiro a cada pedrada, a cada recomeço.
Não sou.
Adoeço! 
Somente paraplégica sigo.
Perdida até nas palavras.
Perdida até mesmo parada.

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